Resumo:
Implementado na República Democrática do Congo (RDC) desde 2011, o Projeto Voices of Africa visa capacitar pequenos agricultores e agricultores familiares em tecnologias socioambientais sustentáveis desenvolvidas pela agroecologia por meio de uma extensão universitária inovadora. O projeto é baseado em um acordo de cooperação entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA, Brasil), a Universidade Livre dos Países dos Grandes Lagos (ULPGL, Goma, RDC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Agronômicas (INERA, RDC); replicando, de certa forma, o “Projeto Carrancas” para a agricultura familiar, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Brasil) e executado no Brasil pela UFLA. O "Projeto Carrancas" foi reconhecido como modelo de desenvolvimento econômico / socioambiental pelo Ministério do Meio Ambiente.
Desafio:
O governo da RDC visa reduzir a proporção da população cujos rendimentos são inferiores a um dólar por dia e a proporção da população que passa fome. Neste contexto, a segurança alimentar tornou-se um dos principais desafios deste país caracterizado por pequenas explorações agrícolas e agricultura de subsistência. A baixa produtividade dessas unidades baseia-se em práticas agrícolas insustentáveis, que muitas vezes provocam desmatamento, desertificação, perda de biodiversidade, bem como a degradação de solos, nascentes, nascentes e lençóis freáticos. Uma das causas dessa situação é o difícil acesso das comunidades ao conhecimento científico gerado nas universidades e centros de pesquisa. Quando ajustado às demandas locais, esse conhecimento permite alavancar o potencial agrícola naturalmente presente no país. Além disso, o fato de os pequenos produtores não estarem organizados em cooperativas muitas vezes torna impossível tirar proveito de benefícios coletivos, especialmente o armazenamento seguro de produtos e os benefícios potenciais de economias de escala.
Solução:
O inovador projeto de extensão universitária “Voices of Africa” trabalha para treinar professores e técnicos congoleses em tecnologias socioambientais sustentáveis, desenvolvidos, testados e aprovados pela agroecologia. Por meio da troca de profissionais dos dois países, o projeto propõe a utilização de práticas simples, viáveis e adequadas ao contexto local, que resultem em melhor qualidade de vida para as pessoas e também na preservação do meio ambiente.
Promover o desenvolvimento de uma agricultura economicamente viável, ecologicamente correta, socialmente justa e culturalmente apropriada passa, em particular, pelo uso de recursos nativos, dispensando insumos e produtos com altos custos. O projeto enfatiza a segurança alimentar através da produção de alimentos básicos e básicos, juntamente com a geração de emprego e uma renda decente, que colocará pessoas em suas propriedades, por menores que sejam, desencorajando o êxodo rural e a consequente formação de violentos e comunidades promíscuas em torno das grandes cidades.
Seguindo uma abordagem participativa, o conhecimento da agroecologia é transmitido aos pequenos agricultores familiares e produtores, por meio de oficinas de capacitação realizadas nas próprias comunidades. As comunidades que se destacam no aprendizado são denominadas UEPs (Unidades Experimentais Participativas) e se tornam pontos focais para a disseminação do conhecimento adquirido em um formato espiral crescente.
Implementado como uma iniciativa piloto em Goma (província de Kivu do Norte), o "Projeto Vozes da África" também foi levado à capital Kinshasa e à província de Maniema. Com relação aos resultados, até o final de 2013, o projeto treinou 60 professores e técnicos congoleses em agroecologia e estima-se que tenha atingido cerca de 3.500 agricultores familiares em torno de Goma, Kinshasa e Kindu. Uma cooperativa agrícola de pequenos agricultores (Cooperativa Agropastoril dos Grandes Lagos) foi fundada em Butembo (província de Kivu do Norte), e três estações de rádio foram criadas para transmitir programas educacionais na província. Além disso, a ULPGL começou a desenvolver atividades de extensão universitária, com foco em agroecologia e agricultura familiar.
Por meio de atividades de extensão universitária, o conhecimento gerado na academia transcende fronteiras, em um diálogo participativo com as comunidades, resultando tanto no empoderamento dos agricultores quanto na consequente melhoria da produtividade, bem como na formação de profissionais mais engajados com as realidades encontradas nas localidades. O "Projeto Vozes da África" está atualmente sendo replicado em Moçambique, em uma parceria entre a UFLA e a ONG brasileira Fraternidade Sem Fronteiras.
Apoiado por:
Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (ABC / MRE), UFLA e governo da RDC
Agência de Implementação:
Do lado brasileiro: UFLA
Do lado congolês: ULPGL, INERA, Universidade de Kinshasa (UNIKIN), Ministério da Agricultura e ONG Solidariedade Feminina
Informações adicionais sobre a solução:
Detalhes do contato:
Brasil
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia (DEG / UFLA)
Gilmar Tavares
Professor Titular Voluntário
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