Implementado entre 2008 e 2011 pela então Secretaria de Direitos Humanos (atualmente Ministério dos Direitos Humanos), o projeto "Apoio na formulação e monitoramento do Programa Nacional de Universalização de Registros de Nascimento na Guiné-Bissau", com o objetivo de fortalecer o Ministério de Justiça para a elaboração e execução de uma política nacional de lidar com registro civil de nascimento.
Desafio:
A Guiné Bissau é um dos países menos desenvolvidos e tem uma das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo de cinco anos (88 por 1.000). Com uma alta taxa de crescimento (cerca de 2,5%), a população guineense é predominantemente jovem (42% dos habitantes são menores de 15). A maioria da população depende da agricultura de subsistência para garantir seus meios de subsistência e vive em áreas onde escolas, mercados e postos de saúde não são facilmente acessíveis. A rede rodoviária é muito limitada e a eletricidade, que existe apenas nas cidades, é escassa.
O registro de nascimento civil (RCN) é um direito para todas as crianças e o primeiro passo para o acesso a outros direitos e serviços públicos e para o pleno exercício da cidadania. O RCN permite que o Estado saiba quantos são e onde os indivíduos nasceram, favorecendo o desenvolvimento de políticas públicas para atender os cidadãos. A provisão de identidade jurídica para todos (incluindo registro de nascimento até 2030) é um dos objetivos específicos acordados internacionalmente associados à ODS 16. Apesar da importância do CRC, apenas 39% das crianças estão registradas na Guiné-Bissau, de acordo com a UNICEF. A subnotificação é um desafio para a proteção das crianças guineenses e suas principais causas são a concentração dos serviços de registro, a baixa capilaridade dos registros (escritórios de registro), a dificuldade de acesso aos serviços ea cobrança de tarifas elevadas para a obtenção do RCN. Várias tentativas de remediar o problema no país foram realizadas pelo Governo, por intermédio do Ministério da Justiça, sem, no entanto, obter resultados de impacto.
Solução:
Em 2008, o Ministério da Justiça da Guiné-Bissau solicitou o apoio da então Secretaria de Direitos Humanos (anexada à Presidência da República do Brasil) para enfrentar o sub-registro civil de nascimento em seu país.
No Brasil, a estratégia de erradicação do sub-registro civil no nascimento permitiu que o índice de subentregação aumentasse de 20,9% em 2002 para 6,6% em 2010. Foi baseado na Mobilização Nacional para o RCN e o Plano Nacional para RCN, com ações envolvendo estados e municípios. Lançado em 2004, o Plano Nacional de RCN baseia-se em gestão compartilhada e articulação entre as esferas governamentais, os ramos legislativo e judicial, organizações internacionais e ONGs e está estruturado em torno dos seguintes eixos:
- Mobilização : promoção de mobilizações e campanhas de mobilização, a nível nacional, regional, estadual e municipal;
- Rede de serviços : a expansão da oferta de serviços RCN e documentação básica, implementação de unidades interligadas, melhoria do fluxo de informações entre maternidades e registros;
- Condições de estruturação : a criação do Sistema Nacional de Informação do Registro Civil (que moderniza, através de uma plataforma digital, a captura e processamento de dados) e a melhoria da legislação, bem como monitoramento e avaliação.
Considerando as semelhanças entre os contextos brasileiro e guineense, este projeto de cooperação Sul-Sul procurou replicar a experiência brasileira de sucesso, adaptando-a às particularidades da Guiné-Bissau. As estratégias adotadas incluíram, entre outros, a expansão da rede de serviços de registro civil (com expansão de conservatórios e estruturação de serviços itinerantes e maternidades), bem como a comunicação e capacitação de agentes de mobilização. As atividades e os resultados do projeto incluíram principalmente:
- A formulação, juntamente com o Ministério da Justiça da Guiné-Bissau, do Programa Nacional de Universalização do RCN;
- A criação dos regulamentos internos, instrumentos de cooperação e integração de ações e o plano de ação do Comitê Diretor do Programa Nacional de Universalização da RCN;
- Sensibilizar a população guineense para a importância da documentação civil como instrumento de exercício da cidadania e promoção e defesa dos direitos humanos; e
- O acompanhamento da execução do Programa Nacional de Universalização da RCN.
Apoiado por:
Do lado brasileiro: Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Ministério dos Direitos Humanos
Do lado guineense: Ministério da Justiça
Agência de implementação:
Ministério dos Direitos Humanos do Brasil
Pessoa de contato:
Brasil
Ministério dos Direitos Humanos
Thiago de Almeida Garcia
Coordenador-Geral da Promoção do Registro de Nascimento, Secretaria Nacional de Cidadania
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