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Desenvolvimento da Produção de Artesanato em São Tomé e Príncipe

Segunda, 25 Junho 2018 12:40 Written by 
  • Location(s): São Tomé and Princípe
  • Type(s): Solution
  • Theme(s): Economy, Employment, Entrepreneurship
  • SDG(s): 8. Decent Work and Economic
  • Locations in Africa: São Tomé and Princípe
  • Types in Africa: Solution
  • Themes in Africa: Economy, Employment, Entrepreneurship
  • SDGs in Africa: 8. Decent Work and Economic
  • Types of ComSec Solutions: Solution

Resumo

Entre 2009 e 2011, esse projeto de cooperação trilateral (envolvendo o Brasil, São Tomé e Príncipe e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP) procurou contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de São Tomé e Príncipe, gerando emprego e renda no segmento artesanal. Com foco na criação de produtos artesanais de alta qualidade inspirados na cultura local e nas características naturais do pequeno arquipélago africano, o projeto resultou na criação da cooperativa Uê Tela, que reúne artesãos capacitados e aprendizes no âmbito do projecto.

Desafio

A geração de emprego, renda e inclusão social, especialmente de jovens e mulheres, são desafios importantes para o desenvolvimento socioeconômico de São Tomé e Príncipe. Semelhante a outros pequenos estados insulares em desenvolvimento, São Tomé e Príncipe tem uma economia frágil, limitada e pouco diversificada; Atualmente, mais de 90% das despesas de investimento no país vêm da Assistência Oficial ao Desenvolvimento. O sector terciário em grande parte informal representa cerca de 60% do PIB e emprega 60% da população activa (sendo o sector público o principal empregador do país). Ao mesmo tempo, o desemprego, com uma taxa de 14%, afeta principalmente mulheres e jovens (mais de 60% da população tem menos de 25 anos). Cerca de 50% da população vive abaixo da linha da pobreza e cerca de 15% vivem em extrema pobreza.

Por outro lado, identificou-se que, além de sofrer com seu baixo valor agregado e falta de profissionalismo, a produção de artesanato de San Francisco não mostrou uma diferenciação particular do que tradicionalmente tem sido feito no continente africano, e carecia de conexões. para os mercados consumidores externos.

Solução

Os principais objetivos do projeto foram fornecer treinamento e aprimoramento técnico para a criação e desenvolvimento de produtos artesanais representativos da identidade cultural do país. Destinado a artesãos e aprendizes consolidados (principalmente jovens e mulheres), o projeto buscou proporcionar novas fontes de renda, através do revigoramento da produção artesanal para consumo interno e exportação.

Com o envolvimento de designers e artesãos brasileiros e santonianos, o projeto englobou três fases:
(1) o treinamento de artesãos e aprendizes na produção de artesanato, com foco nas áreas de bordados, tingimento de plantas, papel, carpintaria, escultura e costura. Esta etapa enfatizou a qualidade técnica e originalidade das peças produzidas, enfatizando o uso de matérias-primas e motivos locais no design dos produtos. Incluiu também a organização de grupos de artesãos (também formados em empreendedorismo social), levando em conta suas vocações;
(2) capacitação nos eixos complementares de gestão, marketing, comunicação e preservação ambiental. Esta etapa incluiu também a aquisição de máquinas e equipamentos para as oficinas de capacitação (bem como a capacitação de técnicos para sua manutenção e reparo) e a capacitação de instrutores locais nas diversas técnicas desenvolvidas, que posteriormente assumiram o papel de multiplicadores; e
(3) a elaboração de material promocional e atividades de divulgação, principalmente voltadas ao mercado externo.

Os resultados concretos da iniciativa incluem:

- a formação de cerca de 150 artesãos e aprendizes de todo o país na produção de artesanato e raízes culturais competitivas;
- a criação de uma estrutura de gestão compartilhada envolvendo líderes de oficinas, coordenadores locais, coordenação geral de projetos e coordenação de estilo;
- a elaboração de um manual de procedimentos relacionados aos eixos complementares do projeto, apoiando a qualidade da produção e a consolidação da iniciativa;
- a formação da cooperativa Uê Tela pelos artesãos capacitados, para dar continuidade ao projeto e garantir sua sustentabilidade. Instalada no Instituto da Juventude (na capital, São Tomé), a cooperativa contou com apoio técnico para iniciar suas atividades e atualmente trabalha de forma autônoma;
- o lançamento de duas colecções de produtos de artesanato (incluindo objectos de decoração, mobiliário, artigos de papel feitos a partir de cascas de banana, tecidos de algodão tingidos com casca, vestuário e acessórios de moda): "Fédu cu Món" à mão ») e" Modo Fenón "( 'nosso jeito de fazer'), publicado através de catálogos bilíngües (em português e inglês); e
- o estabelecimento de canais de distribuição e comercialização: uma loja social em São Tomé e Príncipe, bem como vendas para o exterior (alguns dos produtos são comercializados no Brasil).

A atividade artesanal fomentada pelo projeto já se tornou o principal meio de subsistência para a maioria dos artesãos cooperativos (especialmente mulheres). Quando foi aprovado pela CPLP em 2011, a iniciativa foi um projeto piloto que, dependendo de seus resultados, poderia ser estendido a outros países lusófonos. Assim, Angola e Cabo Verde já manifestaram interesse em replicar a experiência de cooperação Sul-Sul no campo da produção artesanal.

Apoiado por: Agência Brasileira de Cooperação (ABC), CPLP e Governo de São Tomé e Príncipe

Agência de implementação:
Do lado brasileiro: Instituto Mazal
Do lado santomense: Instituto da Juventude (Ministério da Juventude e Desporto)

Pessoa de contato:
Renato Imbroisi,
Associado, Instituto Mazal
Email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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